Carlos Sousa Carneiro
“Tenta-se amealhar quando corre melhor para que quando corre pior tenhamos dinheiro suficiente”
Carlos Carneiro lançou-se, em 2018, no negócio do carvão vegetal, uma área em que o pai já possuía alguma experiência. No início, a adaptação a trabalhar por conta própria foi um desafio, mas logo aprendeu a gerir as diferentes fases de um negócio, inclusive ter de expandir o leque de produtos para compensar os meses mais baixos. Diz que ser empreendedor é não desistir à primeira contrariedade e reforça que nunca é tarde para avançar, mas é importante saber no que se está a investir.
2018 foi o ano de novas aventuras para Carlos Carneiro. Com o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional, na modalidade antecipação do subsídio de desemprego, criou o seu projeto de carvão vegetal. Uma área que não lhe era estranha devido à experiência do pai. “Ele já tinha trabalhado nesta área e foi uma das razões para a escolha. Já tinha conhecimento e assim não me lancei às cegas”, afirma. O impacto da diferença de trabalhar por conta própria, em comparação com trabalhar por conta de outrem, foi logo sentido. “É completamente diferente, temos de gerir contabilidade, procurar novos clientes, impor limites… não é fácil”, confessa.
Difícil é também lidar com as flutuações do negócio. “O último ano foi um pouco pior, mais instável, andavam muitas pessoas no mercado com o mesmo produto a praticar preços insustentáveis, perdemos clientes. Tive de começar a vender lenha e paletes para tentar compensar a altura em que o carvão se vendia pouco. Mas os anos anteriores foram bons, tudo se resolve”, diz Carlos Carneiro, otimista. Até porque também há vantagens no empreendedorismo. “A gestão de horários, a flexibilidade, o facto de podermos alcançar sempre mais, enquanto se trabalharmos por conta de outrem não passamos de um certo ponto, é um desafio”, refere.
Um desafio que implica uma gestão rigorosa. “Há meses em que corre bem e outros em que corre mal, o vencimento nunca é certo. Tenta-se amealhar quando corre melhor para que quando corre pior tenhamos dinheiro suficiente”, salienta o empreendedor, que se dedica, a partir da sua sede em Fiães, à venda de carvão maioritariamente para negócios da área da restauração, mas ocasionalmente também para consumidor final. Como conselhos para futuros empreendedores, aponta: “Não desistam ao primeiro senão, à primeira contrariedade, vão ser muitas. Nunca é tarde para as pessoas se lançarem, mas tenham sempre noção para o que se estão a lançar, é preciso um conhecimento mínimo”.