Invisible Mask
A máscara confortável que não se vê e que toda a gente vai querer usar.
O conceito não é novo: uma máscara invisível que passe despercebida deixando ver o rosto e as expressões das pessoas com quem interagimos. As existentes no mercado são, contudo, desproporcionais e demasiado rígidas e o arquiteto António Sá Pereira, que desde o início se sentiu “aflito” com as máscaras mais utilizadas, decidiu levar avante esta ideia que também ele teve, mas desenhou de uma forma completamente adaptada e prática para os utilizadores.
“A primeira vez que usei uma máscara cirúrgica, durante uma viagem, percebi a aflição que era e pensei como seria constrangedor para pessoas com doença auditiva ou problemas respiratórios”, conta o arquiteto António Sá Pereira, que pensou em máscaras invisíveis logo no início de 2020 quando este equipamento de proteção individual se tornou um acessório obrigatório. “Na altura, não avancei, mas mais tarde ouvi falar de uma máscara portuguesa invisível que tinha sido lançada e reparei que tinha algumas limitações, então decidi iniciar o processo de registo da patente, criação da marca, desenvolvimento do produto até àquilo que temos atualmente”, refere. O resultado chama-se Invisible Mask e já está disponível para compra on-line na loja homónima. “Quase todas as máscaras transparentes que existem são rígidas, a nossa máscara é diferenciadora pela sua forma. As máscaras rígidas, para permitirem a respiração, são propositadamente maiores, aumentam a volumetria do rosto e disformam a cara da pessoa, o intuito é que seja uma máscara invisível, para ver a pessoa e não a máscara”, explica.
A Invisible Mask traz consigo diversas vantagens como a sua transparência e flexibilidade, que ajuda na comunicação, o facto de ser reutilizável, facilitar a respiração e permitir o uso prolongado graças à forma como está construída, “ajustando-se ao utilizador e garantindo assim maior proteção, pois não tem de estar sempre a mexer na máscara para ajustá-la”, diz António Sá Pereira. A empresa vende ainda um “anti-embaciante”, que ajuda na limpeza do produto e pode também ser utilizado noutros itens como óculos e viseiras.
António Sá Pereira acredita que estas máscaras serão, inclusive, no futuro uma boa opção para idosos vulneráveis que precisem de usar este EPI. Ainda, no campo empresarial, é possível que as empresas que adquiram estas máscaras as personalizam com o seu logótipo ou outro elemento identificativo.
Decidido a espalhar a palavra sobre o novo projeto, o arquiteto contactou a ALPE para o ajudar a chegar a mais pessoas, depois de um longo processo de um ano a desenvolver o produto. “Estou habituado a processos como memória descritiva, desenho para registo de patente, mas a área da indústria é uma experiência nova, as etapas do processo industrial, o aprimoramento do material mais adequado para que a máscara fosse transparente e flexível, a introdução da característica do anti-embaciante, além da própria forma, tudo isso demorou tempo”, afirma. Tempo, muitas vezes, “angustiante. O próprio processo de criação da empresa, tudo isto para quem não é da área ou está a fazê-lo pela primeira vez é um processo difícil que se traduz num tempo prolongado de chegada ao mercado. Ainda mais, estando nós a viver uma pandemia e este sendo um produto que garante a proteção, eu via o tempo passar sabendo que esta máscara podia ser útil”, diz, esperançoso que agora, com a ajuda da ALPE, a partilha traga a colheita do que plantou.
“A partilha das ideias e do conhecimento é essencial e talvez se tivesse recorrido à ALPE mais cedo tivesse queimado etapas e acelerado o processo pela experiência que a entidade tem. Seria algo que mudaria se pudesse voltar atrás”, afirma, deixando este conselho a futuros empreendedores. “A partilha é fundamental, a felicidade é boa quando partilhada, nos desafios também”, salienta.